domingo, 23 de maio de 2010

DOMINGO


O que se passa mês de Maio que não consegues tirar-me a nostalgia de ser Domingo?

Ando dum lado para o outro penso fazer isto ou aquilo, mas esbarro sempre com um misto de tristeza e de vazio que nem sei explicar.

Não, não é da idade, pois esta sensação já vem de longe...

Lembro-me que quando estive no Brasil, principalmente no Rio de Janeiro, o Domingo era "tenebroso". A saudade da familia era enorme, tinha a infeliz tendência de recordar só o que não devia e, nem o sorriso dos meus filhos me conseguia animar.

Até o Pôr do Sol que me transmite tanta Paz, se recusa a dar-me aquele calor interior de que tanto preciso.

Há coisas na Vida para as quais não encontro explicação: como é que eu, com a minha fé e com o meu acreditar, vou logo achar o Domingo o meu dia NÃO!

sexta-feira, 7 de maio de 2010

MAIO

O meu mês de eleição é sem duvida o mês de Maio.
As árvores cobrem-se de folhas e flores os campos ficam verdejantes, chegam as andorinhas que com o seu chilrear, nos transmitem uma sensação de felicidade.
Para mim este mês até tem uma luz diferente, nem sei explicar, pode chover, fazer vento até frio mas acho tudo lindo...


Este Ano temos a visita do nosso Papa Bento XVI.
Chega a Lisboa no dia 11, onde rezará uma Missa, nos dias 12 e 13 estará em Fátima e depois seguirá para o Porto, de regresso a ROMA.

Os preparativos são imensos: confeccionam-se paramentos, erguem-se altares em Lisboa e Porto, os cadeirões onde se sentará o Santo Padre serão feitos de madeiras especiais.

A Fábrica da Vista Alegre mandou fazer um serviço, para que nele sejam servidas as refeições durante a viagem a bordo dum avião da Tap.


Está também a ser feita uma tapeçaria em Beiriz para ser colocada atrás do Altar, na cidade do Porto.

Mas, o presente mais falado, é o que foi encomendado ao Arq. Siza Vieira. É um "Ovo em prata tendo dentro uma pomba em biscui". Apesar da crise nós só sabemos receber em grande estadão, habituámo-nos a isso e a meu ver estamos a exagerar um pouco.


Para sua Santidade um só pedido:

Que ao dar a sua benção seja para que tenhamos cada dia mais fé, esperança num Mundo melhor, pois eu continuo a ACREDITAR que isso será possivel ...

BENVINDO A PORTUGAL no meu mês de MAIO!

sábado, 17 de abril de 2010

RECORDANDO...



Voltando muito atrás no tempo, ponho-me a comparar a minha Infância com a vossa, Meus Netos e como era diferente!

Viviamos numa casa com um grande quintal e, entre as nossas muitas brincadeiras ainda me vou lembrando, que com pedras faziamos pequenos currais, onde colocávamos caracóis e ficávamos ali tempos imensos a vê-los deambular dum lado para o outro. Tinhamos um baloiço, que era muito apreciado pela Titi, eu não achava graça nenhuma, pois aquele movimento dum lado para o outro causava-me enjoos.

Um dia o nosso avô NICAS ofereceu-nos uma casa de bonecas, tinha vários quartos, uma cozinha e uma casa de banho. Foi um dia que nunca mais esquecemos. Entre as nossas bonecas de pano havia uma a quem chamávamos Miricriados, quando aparecia era un "terror" pois desarrumava a casa toda, agora penso, que seria uma maneira de nos entreterem pois, tinhamos de arrumar tudo de novo.

Em Setembro de 1939 fomos surpreendidas pelo começo da II Grande Guerra Mundial, com os meus cinco anos, não me apercebia do que de grave se estava a passar. Tenho ideia de que me fazia confusão, ver os vidros das janelas com papeís em diagonal (explicaram-me que em caso de ataque seria uma protecção), também não gostava nada de ver a cidade sempre sem iluminação e, nas próprias casas tinham de ter cuidado para que as luzes não se vissem do exterior.

O tempo ia passando e, com ele a esperança de que este pesadelo iria acabar, vã ilusão, as notícias eram cada dia mais angustiantes. Os navios de Guerra aportavam muitas vezes na Cidade da Horta, uns com rombos enormes, outros tansportando feridos.

O vosso Bisavô, como era oficial, ia sempre a bordo. Um dia trouxe-nos um boneco vestido de marujo com uma cara de loiça,era um encanto, passou a ser a nossa mascote. Passados uns tempos o "nosso amigo marujo" caiu ao chão e, partiu-se. Não sei quem teve a triste ideia de mo atirar à cara, não sei explicar o que senti mas, naquele momento aprendi uma nova palavra MEDO.

A partir daquela altura, nunca mais consegui ver ou tocar em bonecas sem cabeça, sem braços ou pernas, é uma sensação estranha, penso que se me fechassem num quarto só com bonecas partidas eu, não resistia!!!!

Tenho de agradecer aos vossos primos, ao tio Miguel e à vossa Mãe pelo cuidado que sempre tinham comigo e com as bonecas.

Eu acredito que foi um acto impensado mas na Vida há pequenas coisas que nos marcam para sempre... nunca mais esquecemos.

domingo, 17 de janeiro de 2010

TERRAMOTO NO HAITI - 12/1/2010


Nestes dias, a minha fé, tremeu um pouco, não tanto como o terramoto que abalou o Haiti, mas não deixo de me interrogar o porquê de tudo o que está a acontecer.


Vou acompanhando sempre as noticias na esperança de que aquele pobre Povo possa ser socorrido o mais rápido possivel.



Deambulam pelas ruas dum lado para o outro dando a sensação de que já não pertencem a este Mundo. Outros lutam desesperadamente usando,unicamente as mãos, tentando salvar vidas.


Acredito que todos os auxilios que têm sido postos à disposição sejam imensos mas tudo se faz com uma lentidão assustadora.

Já passaram quatro dias, e as noticias são cada vez mais angustiantes, há fome e muita sede, o calor é imenso, a tão falada ajuda tarda a chegar, nota-se que há falta de alguém que oriente para que se consiga travar o caos em que a cidade se transformou.


Os habitantes continuam a tentar salvar vidas.


Hoje viam-se a chegar à sede das Nações Unidas grupos de pessoas trazendo feridos, pois tinham sido informados de que estava a funcionar um Hospital de Campanha, foram mandados embora pois não havia ninguém para os socorrer.


Passado todo este tempo uma equipa da TV Australiana salvou uma criança de um ano, que chorava debaixo duns escombros.

A secretária de Estado Norte Americana Hilary Clinton vem reunir-se com o Presidente René Préval, penso que não deve ser grande lider, pois não tem aparecido.


Fala-se em pilhagens assaltos aos camiões que trazem alimentos, o povo deve estar tão desesperado sem noticias, sem nada que lhes dê uma esperança....

Diz o Embaixador do Haiti em Brasilia "...mais importante do que a ajuda financeira é a intervenção Humanitária" pede Bombeiros, para que possam ajudar a salvar vidas, para mim este pedido não teve eco.


O Haiti esteve sobre o dominio Espanhol e Francês. Em 1804 tornou-se a primeira Républica Independente negra. Não foram felizes, são um dos Povos mais pobres da Terra, têm mais de 200 mil crianças orfãs, devido a desastres naturais que têm vindo a acontecer e à falta de cuidados médicos.


Escrevo tudo isto para vocês, meus netos, com a esperança de que quando forem mais crescidinhos leiam o que vos estou a relatar, falando dum Povo que a vossa avó considera uns verdadeiros Heróis. Perante tanta desgraça, tanta miséria e tanta dôr, não choram e vão buscar coragem, cantando.


Que Deus os acompanhe nesta luta terrivel e que através dos anos consigam uma Vida digna.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

"O MEU QUINTO MARIDO"


Tem presentemente 81 anos, reformou-se com 79 anos. A partir desta época, é que nos começámos a conhecer melhor. Estamos juntos dia a dia e, cheguei à conclusão que este é de longe o meu melhor marido.

Amigo, atencioso, sempre pronto a amparar-me. Penso que eu agora é que estou mais maçadora, rabugenta e muitas vezes com pouca paciência. Como a Vida dá voltas!!

Como se chama o meu actual marido? Henrique Manuel do Canto Lucas

Dedico aos meus filhos e netos tudo o que escrevi. Para eles tenho uma mensagem: tenham sempre fé e nunca deixem de ACREDITAR...

"O MEU QUARTO MARIDO"


Em 1979 regressámos à Figueira da Foz e, cá me esperava o meu 4º marido o Lucas. Foram os anos piores do meu casamento.

Temos de ter ser uma certeza a vida dum casal tem momentos duros. Pensando bem houve uns periodos que nem quero recordar. É preciso força, compreensão, amor pelos filhos e, alicerces que trazemos da nossa vida de solteiros. Será melhor passar no tempo!!!

"O MEU TERCEIRO MARIDO"

Em Julho de 1975 desembarquei com a minha Mãe e os meus filhos na Cidade do Rio de Janeiro,onde nos esperava o meu 3º marido, Canto. De novo uma Fábrica de papel ia ser construída e, ali estávamos para um contracto de 4 anos, dois passados no Rio os outros no Estado do Espirito Santo, em Vitória, mais propriamente no Coqueiral.

Felizmente fomos viver para um andar onde encontrámos como vizinhos a Familia Salgado, foi a mão de Deus, pois tão longe de todos, em que um Oceano nos separava, nem sei com posso definir o quanto lhes devemos em companhia, apoio e amizade. Infelizmente, já quando estávamos em Portugal o nosso amigo Mário deixou-nos, foi como se perdessemos um irmão.

Esta época não foi fácil para nós os dois, além do muito trabalho a adaptação foi dura. Mas lá nos fomos amparando um ao outro e, como casal foi a nossa melhor fase...